quinta-feira, março 02, 2006

Muitos são os passeantes que diariamente percorrem o maciço da Serra de Freita

Arouca é um concelho de múltiplos encantos e muitos são os passeantes que diariamente percorrem o maciço da Serra da Freita. Aliás, este local, que demonstra grande riqueza da Natureza, contempla dois concelhos, os de Arouca e Vale de Cambra.
Na Serra de Freita, porventura, o local mais fotografado será o da Frecha da Mizarela, que encanta pela sua queda de água de cerca de 60 metros. Águas essas que irão, a partir daí, engrossar o caudal do rio Caima.
A Natureza foi pródiga para com a Serra da Freita e se as «pedras parideiras», raríssimas no Mundo, por aí foram germinando, encontrando-se sobretudo junto à aldeia de Castanheira (segundo os entendidos, levaram mais de 500 milhões de anos a transformar-se), também subsistem na Freita espécimes vegetais únicas, como as «Turfeiras», que recentemente foram objecto de protecção e têm nos movimentos ecologistas os seus maiores protectores.
Mas, que o homem desde há milhares de anos por aí andou e viveu é uma certeza que foi legadas pelos vestígios que aparecem no planalto da Freita.
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Mamoa de Monte Calvo
Na Portela da Anta existe uma mamoa construída por um anel de blocos assente sobre a sua couraça lítica, apresentando uma planta subcircular, com um diâmetro que ronda os 12 metros. Numa depressão desta mamoa, está contida uma estrutura subrectangular, inicialmente tida como uma sepultura, mais tarde interpretada como uma cabana do período Neolítico. Foi descoberta em 1959 e tem sido alvo de diversos estudos arqueológicos.
Esta denominada Mamoa de Monte Calvo, datada do final da Idade do Bronze, ou seja, mais ou menos dois mil anos antes de Cristo, trata-se de uma estrutura funerária tipo cista (muito destruída), coberta por um «túmulus petreo» ou «cairn». O espólio recolhido de reduzidas dimensões e de fabrico manual aponta, em termos de cronologia, para o Bronze Final. Foi alvo de escavações em 1991, segundo informa o IPA - Instituto Português de Arqueologia.
Este monumento merece pois uma visita cuidada à Serra da Freita. Contudo, e tal como já referido, não só os monumentos megalíticos fazem a riqueza deste local privilegiado do concelho de Arouca. São muitos os motivos naturais com que esta região do distrito de Aveiro foi bafejada pela Natureza, o que a torna bastante interessante em termos turísticos.

Texto tirado de "O Primeiro de Janeiro"
Foto achada no "
Mala de Porão"