quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Arouca é um dos 12 concelhos com água de má qualidade

Aquilo que para nós já não era novidade, é agora do conhecimento nacional!
Apesar de dizer que, «de um modo geral, a água em Portugal é de qualidade», «a associação de defesa do consumidor Deco detectou água de má qualidade ou mesmo imprópria para consumo em 12 dos 50 concelhos analisados, de acordo com um estudo hoje divulgado pela agência Lusa.
«Ainda há localidades onde persistem problemas de contaminação, embora de um modo geral a água consumida em Portugal seja de qualidade», demonstra o estudo da Deco que será publicado na edição de Março da revista Proteste.
Aguiar da Beira, Arouca, Chaves, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Montalegre, Murça, Nordeste, Pinhel, Povoação, Sabugal, Valpaços e Vila Franca do Campo são os «casos mais problemáticos», ou por terem fornecido água de fraca qualidade ou por terem muitas análises obrigatórias em falta.
Para este estudo, a Deco utilizou os dados do relatório do Instituto Regulador de Águas e Resíduos de 2004 e resultados de análises complementares efectuados em 2005 pela associação.
O estudo mostra que os principais problemas são a contaminação bacteriológica e excesso de ferro, arsénio, manganês e alumínio.
A Deco encontrou ainda cloratos e cloritos (que afectam a qualidade dos glóbulos vermelhos) em quantidades superiores às recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na água de Beja, Sabugal e Vila Velha de Ródão.
As águas de Valença e Valpaços continham valores elevados de endotoxinas (que podem provocar resistência a infecções, vómitos ou tensão alta).
A legislação portuguesa não obriga a que estas substâncias sejam analisadas na água, mas a OMS considera que podem vir a ser incluídas na lista de poluentes a pesquisar na água.
As falhas verificadas pelo estudo ocorrem sobretudo em concelhos com reduzida população, dispersa por uma vasta área.
A Deco contesta o facto de a lei permitir que a água que abastece pequenas localidades seja submetida a um controlo menos frequente e apela ao Ministério do Ambiente para alterar a situação.
O relatório de 2004 do Instituto Regulador de Águas e Resíduos mostra que a contaminação microbiológica ainda existe em várias localidades, mas indica que o controlo da qualidade da água melhorou em relação a 2003, sobretudo porque o número de análises em falta diminuiu.»
in Portugal Diário